domingo, 25 de setembro de 2016

Vindimas Vinhos Verdes - Pequenos Rebentos "À Moda Antiga"

Ainda não arranjei explicação, mas sempre que estou perto de uma vindima, a minha cabeça fica na lua... Resultado: Trabalho acrescido!


Começando pelo inicio... Na Região dos Vinhos Verdes, como já disse anteriormente, não temos vinhas próprias, por essa razão temos de comprar uvas.



Deixamos-nos levar por Amarante, onde este ano, fazemos os nossos vinhos. Também em Amarante, o Sr. Henrique tem uma pequena vinha onde plantou varias castas, entre elas três muito especiais... O Alvarinho, O Arinto e o Avesso. 



Que me perdoem, os meus amigos que defendem, que o Alvarinho, só se exprime verdadeiramente na sub-região Monção-Melgaço. Eu também partilho dessa opinião, no entanto, e nos últimos anos tenho provado verdadeiras relíquias oriundas de micro-terroirs fora da sub-região.



2016 é um ano particularmente difícil um pouco por todo o País e a Região dos Vinhos Verdes não é exceção. Nesta altura, os cachos apresentam-se em regra geral muito mais pequenos que o normal, deixando a pensar, que o rendimento será baixo.



Tenho quase a certeza que este ar dentro da vinha, fresco, floral e intenso estará presente dentro de cada garrafa.



Como a adega não tem equipamentos para receber micro-vinificações, tenho que inventar....



Vai daí, recolho as uvas em três dornas, com recurso ao gelo seco + acido ascórbico, de forma a evitar oxidações. Desta forma evito, assim, usar sulfuroso.



Objectivo: macerar as peliculas junto com o mosto. Um processo que se fazia antigamente.



Como as uvas entraram pouco frescas, aplico sacos de gelo, para tentar baixar a temperatura das massas e poder fazer uma pré-maceração fermentativa a frio.



O gelo, à falta de melhor, é sempre um excelente ajudante.



Conseguir extrair, estrutura, aromas, intensidade e alguma rústicidade, é o propósito.
Enfim, fazer um vinho "À Moda Antiga"!



Deixo arrancar a fermentação, e faço uso dos equipamentos atuais, para trasfegar o vinho para as barricas :)


Filtro as peliculas e bagos.



E juntamente com o mosto de prensa, deixo fermentar nas barricas com as borras totais.
Se correr bem, este vinho dará inicio a uma nova marca na gama dos Pequenos Rebentos.

Assim, começa a vindima dos Pequenos Rebentos na Região dos Vinhos Verdes, desta vez À Moda Antiga :)









sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Vindimas Douro - Vinha do Pombal + Vinha da Serra


Eis chegado o grande dia. O dia em que resumimos todo o trabalho do ano em prol da nossa vinha. É pois tempo de trabalhar duro, mas também de desfrutar e sentir a magia deste lugar.


Começo pela melhor parte: A hora da bucha!
(Da esquerda para a direita: Sr. Ferreira, Márcio, Pedro, Toni, Sr. José, e o João a segurar na camara. Um grande abraço para todos eles)



De facto, o trabalho foi duro, e o sumo, esse, como ja se previa, embora não quisesse acreditar, muito pouco! Bem que podíamos procurar, mas os cachos ja ha muito haviam sido levados pelo granizo.



Embora, houvessem algumas "exceções" :)



Embora a produção fosse muito pouca, mesmo assim, os poucos cachos mais sensíveis que apresentavam sinais de podridão, como estes do lado esquerdo, são deitados para o chão.



A Vinha Velha é assim mesmo, baixinha, e obriga a um esforço físico suplementar para quem vindima...



... com cachos dispersos e sem orientação.




Mais uma pequena pausa... « Quem não serve para comer, não serve para trabalhar! »




Lembram-se da "passarada"... Pois, também ja seguiram o seu "voo"...



Algumas uvas brancas no tinto, também não fazem mal nenhum.



A Vinha do Pombal, deu mais quantidade de uvas brancas que tintas.



Começava a ser hora de levar as uvas para a adega.



Na Vinha da Serra, as uvas tintas não foram tão atingidas, mas mesmo assim, colhemos muito poucas.



Na adega, o trabalho continuou noite dentro, mais uma vez, com a ajuda do Jorge Lourenço por nos, ceder as suas instalações.
No caso do tinto, tivemos entre a Vinha do Pombal e a Vinha da Serra, cerca de 400kg de uvas tintas :(


As uvas tintas depois de desengaçadas foram pisadas a pé de forma a fazer uma extração suave de taninos e cor. Passaram cerca de 2 dias a fazer pré-maceração a frio, aproveitando a noites frias fora da adega. Sem qualquer tipo de adição, começam a fermentar com as leveduras nativas.
Espero estar enganado, mas devemos ter menos de 300L de vinho tinto :(



Na Vinha do Pombal tivemos cerca de 800kg de uvas brancas.
Depois de desengaçadas, as uvas foram esmagadas apenas com adição de acido ascórbico para não oxidar e uma pequena quantidade de Sulfuroso. Depois de decantado com ajuda de frio, sem adição de qualquer tipo de enzimas, o mosto foi passado e limpo, e esperamos que comece a fermentar com as leveduras nativas. Não creio, que tenhamos mais de 500Litros de mosto branco :(



Ano zero, na Vinha do Pombal, começou assim :)








terça-feira, 6 de setembro de 2016

Contagem decrescente... para a vindima!!!

Contagem decrescente... os nervos e ansiedade começam a tomar conta de mim.
Estou ansioso por começar especialmente esta vindima, ou por outro lado, encerrar um ano, que foi desastroso, e que no meu caso do Douro, me levou parte da produção.

Mas não me dou por vencido. Ainda há muito para fazer!

Penso que faz sentido começar a falar um pouco da Região dos Vinhos Verdes, onde produzo o Vinho Pequenos Rebentos. Aliás o futuro deste blogue passará por albergar informação de todos os nossos trabalhos realizados e vinhos produzidos, já a partir desta publicação.



Começando pelo Douro, as minhas princesas, dão uma preciosa ajuda. Na Vinha do Pombal, respira-se ar puro, as videiras embora danificadas pelo granizo de Julho, dão um ar da sua graça e começamos a sentir o cheirinho a vindima...



É tempo de começar com os controlos de maturação... A fim de determinar a data certa de vindima.



Olhar para vinha e perceber como está a reagir ao calor, que por esta altura é tórrido...



Ainda em relação aos estragos provocados pelo granizo, costuma-se dizer, "entre mortos e feridos alguém escapa"...


O amanhecer na Vinha do Pombal, é qualquer coisa especial.



A Vinha da Serra, um pouco atrasada, relativamente, à Vinha do Pombal, está a evoluir muito bem.

(A Vinha da Serra relembro, estava dada ao abandono quando comecei a cuidar dela por "empréstimo", a proprietária cedeu o terreno, e eu fico com as uvas. A intenção da proprietária era vender, e às portas da vindima, tentamos chegar a acordo para a compra, mas infelizmente, esse acordo não chegou e portanto, a Vinha da Serra, será comprada por outro senhor que vai arrancar a vinha, para depois poder usar os direitos de plantação noutro lado... Enfim, a vida nem sempre corre como queremos. Da Vinha da Serra, o único ano de produção será o de 2016!)

A vida continua, e por volta do fim de Agosto, conheci um Viticultor que tinha uma Vinha Centenária....


Que desassossego, estas uvas tinham de ser para mim...



Uma Vinha com 120 anos, plantada a 745 metros altitude, bem no limite da Região Demarcada do Douro. Exposta a Sul e Poente, com um solo já de transição entre o xisto e o granito, foi de uma forma geral, sendo tratada, pela sabedoria de um jovem de 75 anos.



Mais castas brancas que tintas.



De visita a Portugal, desafiei, o meu amigo Michael Wren, Enólogo, Australiano, mas apaixonado por Portugal, a fazer o vinho comigo. Já nos conhecemos há 10 anos, e nada melhor para comemorar do que fazer um vinho juntos!



Ainda são algumas videiras, mas umas têm 1 cacho, outras 2 cachos, outras nem um! Ainda assim pensamos vir a fazer cerca de 1200 a 1500kg.


Para além desta surpresa, e que rica surpresa, conto fazer na Região dos Vinhos Verdes, para além do Pequenos Rebentos Alvarinho e Pequenos Rebentos Alvarinho/Trajadura, algumas novidades.
A saber:



Vinhão de Amarante. Vinha recente plantada pelo Eng. Henrique, um homem das engenharias, mas um apaixonado pela Terra!



Vinha Velha de Loureiro com 27 anos. Local mágico entre Braga e Ponte de Lima.



Na Região dos Vinhos Verdes, não temos produção própria, por isso temos de comprar uvas, e que ricas uvas...


E provavelmente, um Alvarinho muito especial!


Todas as ideias, são inicialmente "lunáticas", e se a meteorologia ajudar, eu tenho de confessar que já estou com a cabeça na lua!!! :)





O Sr. Pintor


O Sr. Pintor, deu um ar da sua graça, por inícios de Agosto, na Vinha do Pombal.
A partir desta altura,  pouco havia para fazer, o tempo estava de acordo, embora com um pouco de calor a mais...



Na Vinha da Serra também temos uvas brancas e tintas misturadas... Na Vinha da Serra, o pintor foi por volta do dia 10 Agosto.
Isto significa que teríamos de contar mais ou menos 40-45dias para a data da vindima.

Mas calor a mais, também é prejudicial, porque a videira com temperaturas muito elevadas, entra em modo de defesa - Stress-hídrico - em vez de "trabalhar" para degradar a acidez e potenciar o açucar, pára a fotossíntese, e começa a transpirar, pode por vezes ir buscar agua aos bagos,  o e não nos interessa. O que nos interessa mesmo é a luminosidade para a clorofila puder trabalhar para os nossos cachinhos.



No fim de Agosto, conheci um viticultor com 75 anos, verdadeiro apaixonado, com cerca de 5 ha de vinha velha entre 30 a 120 anos, distribuídas por varias parcelas, mais uma vez, deparo-me com um diamante em bruto...



Neste caso, uma suis generis Vinha Centenária, com cerca de 120 anos, plantada a cerca de 745metros altitude. Mais uvas brancas que tintas.

Com estas datas de Pintor, podemos apontar para uma vindima entre 15-20 Setembro.

Por esta altura, ja tinha saudades da época da vindima...





domingo, 4 de setembro de 2016

Critica Vinho Branco PERMITIDO Douro 2015


Assim, nos encontramos... Entre os bons...!!! Revista Paixão pelo Vinho #Agosto2016

Trata-se de um vinho produzido a quase 700m de altitude, proveniente de uma vinha velha com base na casta rabigato, localizada na Mêda, quase nos limites da região demarcada duriense.

* A beber... 1.800 garrafas e, cerca de, 100 garrafas magnum !!!*

Acreditamos que podemos fazer melhor! Obrigado por continuar a acreditar no nosso trabalho :)